A Bíblia foi corrompida?
Às vezes surge uma
objeção diferente. Alguns acham que a Bíblia era a Palavra
de Deus, mas que foi distorcida e corrompida pelos homens, de modo que
já não podemos confiar nela. Pode isto ser verdade?
Vamos repetir um
versículo já citado do Qur’an (Alcorão). Mas agora o
consideraremos de outro ângulo. "Depois daqueles profetas
enviamos Jesus, filho de Maria, corroborando a Tora já revelada, e
lhe concedemos o Evangelho, que encerra direção e luz, o qual
confirma o que foi revelado antes dele na Tora, guia e admoestação
para os justos. Portanto, que os seguidores do Evangelho julguem
segundo o que Alá nele revelou. São malfeitores aqueles que não
baseiam seus juízos nas revelações de Alá." — Surata 5, Al-Ma´ida
[A Mesa], versículos 46, 47.
Se a Bíblia já
estivesse corrompida na época em que essas palavras foram escritas,
como poderiam os que criam no Evangelho ‘julgar segundo o que Alá
nele revelou’? Assim, os que crêem no Qur’an aceitam que a
Bíblia não estava corrompida quando o Qur’an foi escrito (há uns
mil e trezentos anos). Por outro lado, existem manuscritos da Bíblia
escritos quatrocentos ou quinhentos anos antes daquela época e
que atualmente estão em exibição pública em museus. Ao compararmos
Bíblias modernas com esses antigos manuscritos, vemos facilmente que
não há diferenças significativas. A Bíblia é substancialmente a
mesma. Certamente, a Bíblia não mudou desde que se escreveu no Qur’an
que o Evangelho "encerra direção e luz".
Assim, quem acredita no
Qur’an concorda que a Bíblia não foi corrompida e que ainda é a
Palavra de Deus. Mas, mesmo para as pessoas que não crêem no Qur’an,
existem muitas provas de que a Bíblia não foi corrompida pelos
homens desde que foi escrita. Que provas? Ora, os antigos manuscritos
mencionados no parágrafo anterior.
Sobre a preservação do
Novo Testamento (Injil) até os nossos dias, um cientista
salientou: "O intervalo, então, entre as datas da composição
original e a mais antiga evidência existente se torna tão pequeno
que é com efeito insignificante, e a última base para qualquer
dúvida de que as Escrituras chegaram até nós substancialmente como
foram escritas foi agora removida." (The Bible and
Archaeology [A Bíblia e a Arqueologia], de Sir Frederic Kenyon
Sir Frederic Kenyon expressa assim o amplamente aceito fato de que
podemos ler nas Escrituras Gregas (Injil) substancialmente o
que os escritores originais, sob inspiração, registraram. Não
ocorreram graves distorções.
Com respeito ao Antigo
Testamento (Tevrat), também é forte a prova externa de que
foram preservadas fielmente. Os antigos copistas dessas escrituras
eram famosos por sua exatidão. Hoje há em existência mil e
setecentos manuscritos antigos do Antigo Testamento da Bíblia, e uma
comparação mostra que, substancialmente, eles são iguais. Em 1947,
descobriram-se manuscritos muito antigos na região do mar Morto.
Incluíam alguns que eram mil anos mais antigos do que qualquer outro
existente até então. No entanto, uma comparação desses antigos
manuscritos com a moderna Bíblia revela poucas variações
significativas, especialmente com respeito a ensinos e doutrinas.
Depois de examinar esses recém-descobertos documentos antigos, o
Professor Millar Burrows disse: "O leitor e estudante comum da
Bíblia talvez fique satisfeito ao notar que em tudo isso nada muda
nosso entendimento dos ensinos religiosos da Bíblia . . . A verdade
essencial e a vontade de Deus reveladas na Bíblia, porém, foram
preservadas inalteradas através de todas as vicissitudes na
transmissão do texto." — The Dead Sea Scrolls
(Os Rolos do Mar Morto), de Millar Burrows.
Não é isto razoável?
Não deveríamos esperar que o Deus Todo-Poderoso pudesse preservar
sua Palavra sem ser corrompida? A própria Bíblia diz: "Secou-se
a erva verde, murchou a flor; mas, quanto à palavra de nosso Deus,
ela durará para sempre." — Isaías 40:8.