Notas
sobre Intelligent Design
(Desenho Inteligente)
Por: equipe do Jornal Infinito
(www.jornalinfinito.com.br)
Primeiramente, gostaríamos de
fazer um reparo. Segundo uma grande maioria dos cientistas e
comentaristas pesquisados pelo Jornal Infinito, a maior parte das
pessoas que procuram pesquisar nas diversas áreas científicas e até
alguns dos militantes (mais desavisados) destas áreas, cometem um
erro a respeito do significado das palavras: teoria e hipótese. Crêem
que teoria é uma ex-hipótese já verificada empiricamente. Não é,
teoria e hipótese são sinônimas, por assim dizer, se são aceitáveis
ou inaceitáveis pelo crivo da ciência, isto já pertence a um
outro departamento. Encontramos esta observação feita por quase
todos os autores que compõem esta série.
Para muitos cientistas, a complexidade da vida, especialmente no nível
celular e molecular, sugere desenho e não sorte. Por esta razão
cada vez mais se fala sobre o "Desenho Inteligente”.
O que é a Teoria do Desenho Inteligente?
“A visão de que a natureza demonstra sinais tangíveis de que foi
desenhada por uma inteligência pré-existente”. Esta hipótese,
volta e meia aparece em cena desde a Grécia antiga.
Um dos seus mais famosos defensores foi William Paley, o mesmo
personagem que no ano de 1802, propôs a idéia do Relojoeiro Cego,
depois retomada e criticada por Richard Dawkins, o mais brilhante
dentre os defensores do neo-darwinismo, no seu livro – O
Relojoeiro Cego.
Paley raciocinava assim: suponhamos que eu tenha dado um tropicão
numa pedra exposta no meu caminho e tenha raciocinado a respeito de
como ela estaria ali; eu poderia me responder que ela teria estado
sempre ali, se não recebesse outra resposta mais plausível...Mas
suponhamos que eu tenha encontrado, ao invés da pedra, um relógio
sobre o solo, eu me perguntaria a mesma questão e a minha resposta,
certamente, não seria a primeira que forneci sobre o meu encontro
com a pedra. Eu a responderia nos seguintes termos: o relógio dever
ter sido feito por alguém e deve ter existido a partir de um
determinado tempo, e em algum outro lugar um artífice ou artífices
o fizeram com um determinado propósito.
Paley defendia a idéia de que poderíamos chegar a idênticas
conclusões a respeito de muita coisa que chamamos de naturais como
o olho, por exemplo. Assim como as partes de um relógio foram
adaptadas, perfeitamente, para nos dizerem sobre o tempo, as partes
de um olho foram perfeitamente criadas e montadas para que pudéssemos
enxergar. Em ambos os casos, o do relógio e do olho, segundo Paley,
podemos discernir sobre a existência de um desenho inteligente que
nos aponta para um seu incógnito executor.
Paley influenciou os pensadores por décadas,. Mas ele nunca
apresentou exemplos da sua teoria na natureza. O que deveria ter
providenciado para melhor explanação da sua hipótese como sendo
verdadeira. Tanto ele quanto os teólogos naturalistas que abraçaram
a sua teoria, apontavam, tão somente, para a existência de Deus,
como autor do desenho inteligente da natureza.
Charles Darwin recebeu a ajuda da teoria de Paley quando propôs a
sua teoria da evolução. Ao invés de apontar para um mundo natural
desenhado por um Deus benevolente, Darwin apontou na direção de
uma natureza imperfeita e muito rude.
Charles Darwin admirava a teoria de Paley, entretanto, o cientista
havia perdido sua filhinha Annie de nove anos de idade (1859) de
forma muito cruel, o que ajudou a destruir dentro de si mesmo a idéia
de uma justiça e bondade por detrás da natureza e do universo.
Com o triunfo de Darwin sobreveio o ostracismo de Paley. Na década
de 80, iniciou-se uma certa má vontade contra a teoria da evolução,
com a eclosão de uma nova geração de sábios; eram químicos, biólogos,
matemáticos e filósofos da ciência, convencidos através da nova
biologia de que a teoria de Darwin estava inadequada para explicar
toda a complexidade existente nos seres vivos. Estes cientistas se
resolveram a rever a teoria de Paley e formularam uma nova visão do
desenho que preencheria as falhas das suas versões prévias.
Chamaram a esta versão de Intelligent Design (ID) para distingui-la
das suas versões anteriores.
Ao invés de inferirem a Deus a existência e o caráter do mundo
natural, os cientistas afirmaram que “causas inteligentes são o
necessário para explicarem as complexas e ricas informações
provenientes das estruturas da biologia e de que estas causas são
perfeitamente detectáveis”.
Os seus representantes mais proeminentes e atuais são: Michael
Denton, Michael Behe, Philip E. Johnson dentre outros.
Bibliografia:
- Intelligent Design – The Bridge Between Science and Theology
– William A. Dembski