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                                        A revelação do Alcorão

 Qual foi, supostamente, a primeira revelação que Maomé recebeu? Os versados no islamismo em geral concordam que foram os primeiros cinco versículos da surata 96, intitulada Al’Alac, "O Coágulo [de Sangue]", que reza:

"Em nome de Deus [Alá], Clemente, Misericordioso.

Lê em nome de teu Senhor que (tudo) criou;

Criou o homem de um coágulo.

Lê que teu Senhor é generoso,

Que ensinou o uso do cálamo

Ensinou ao homem o que este não sabia."

 Segundo a fonte árabe O Livro de Revelação, Maomé respondeu: "Eu não sei ler." Assim, ele teve de memorizar as revelações, de modo que pudesse repeti-las e recitá-las. Os árabes eram peritos no uso da memória, e Maomé não era exceção. Quanto tempo levou para ele receber a mensagem completa do Qur’an (Alcorão)? Crê-se geralmente que as revelações ocorreram num período de 20 a 23 anos, aproximadamente por volta de 610 até a sua morte, em 632.

 Fontes muçulmanas explicam que, assim que recebia cada revelação, Maomé a recitava para quem quer que estivesse por perto. Estes, por sua vez, memorizavam a revelação e, por recitação, mantinham-na viva. Visto que os árabes desconheciam a arte de fabricar papel, Maomé fez com que escribas anotassem as revelações em primitivos materiais então disponíveis, como omoplatas de camelo, folhas de palmeira, madeira e pergaminho. Mas, foi só depois da morte do profeta que o Qur’an assumiu a sua forma atual, sob a direção dos sucessores e companheiros de Maomé. Isto foi durante o domínio dos primeiros três califas, ou líderes muçulmanos.

 O tradutor Muhammad Pickthall escreve: "Todas as suratas do Qur’an haviam sido registradas por escrito antes da morte do Profeta, e muitos muçulmanos haviam decorado o inteiro Qur’an. Mas, as suratas escritas ficaram dispersas entre o povo; e quando numa batalha...um grande número dos que sabiam o inteiro Qur’an de cor foram mortos, foi feita uma coletânea do inteiro Qur’an e assentada por escrito."

 A vida islâmica é governada por três autoridades — o Qur’an, a Hadith e a Xariah*. Os muçulmanos crêem que o Qur’an em árabe seja a mais pura forma de revelação, pois, como dizem, foi a língua usada por Deus ao falar por meio de Gabriel. A surata 43:3 diz: "Que vos temos ditado um Alcorão arábico, a fim de que o compreendais." Assim, qualquer tradução é encarada como apenas uma diluição que envolve perda de pureza. De fato, alguns versados em islamismo recusam-se a traduzir o Qur’an. Acham que "traduzir sempre é trair" e, por conseguinte, os "muçulmanos sempre reprovaram, e às vezes proibiram, qualquer tentativa de traduzi-lo para outra língua", diz o Dr. J. A. Williams, preletor de história islâmica.

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As Três Fontes de Ensino e Orientação

O Sagrado Qur’an (Alcorão) que, segundo se diz, foi revelado a Maomé pelo anjo Gabriel. O sentido e o texto do Qur’an em árabe são tidos como inspirados.

O Hadith, ou Sunna, "os atos, as declarações e a aprovação tácita (taqrir) do Profeta . . . fixados durante o segundo século [AH] na forma de hadiths escritos. Um hadith, pois, é um registro de uma ação ou de dizeres do Profeta". Pode também ser aplicado às ações ou aos dizeres de qualquer dos "Companheiros [de Maomé] e Sucessores destes". Num hadith apenas o sentido é encarado como inspirado. — História dos Árabes.

A Xariah, ou lei canônica, baseada em princípios do Qur’an, regula toda a vida do muçulmano, em sentido religioso, político e social. "Todos os atos do homem são classificados em cinco categorias legais: (1) o que é considerado dever absoluto (fard) [envolvendo recompensa por agir ou punição por deixar de agir]; (2) ações elogiáveis ou meritórias (mustahabb) [envolvendo recompensa, mas não punição por omissão]; (3) ações permissíveis (jaiz, mubah), que são legalmente indiferentes; (4) ações repreensíveis (makruh), que são desaprovadas, mas não puníveis; (5) ações proibidas (haram), cuja prática exige punição." — História dos Árabes.

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