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Ateísmo

Ateísmo, do grego a ("sem") e theos ("deidade"), normalmente e tradicionalmente se refere a negação teórica ou prática da existência de uma deidade. O significado concreto do ateísmo tem variado consideravelmente na história: inclusive os cristãos mais antigos eram chamados de "ateus" porque ele se engaram a existência das deidades romanas. Na cultura ocidental, onde o monoteísmo tem sido o modo dominante de crença religiosa, o ateísmo geralmente tem-se referido a negação da existência de um transcendente, perfeito e criador pessoal do Universo. Ser necessariamente um ateu não significa que é não-religioso, já que certas religiões, como o Budismo e o Taoísmo,  não postulam a existência de um ser sobrenatural. O ateísmo deve distinguir-se do AGNOSTICISMO que significa que alguém não sabe se existe ou não uma deidade.

O monoteísmo tem sido básico e compôs a moral e filosofia ocidental asim como as instituições políticas  a quem o ateísmo tem sido visto como imoral e perigoso para a sociedade. Platão não só viu o ateísmo como irracional mas defendeu que certos ateus mereciam a pena de morte. Quando o cristianismo se tornou a  religião dominante no ocidente, pensava-se que o ateísmo e a heresia eram dignos de desterro ou morte porque, como Tomás de Aquino falava, era uma questão muito mais séria para corromper a alma do que o corpo. O ateísmo também era perigoso a autoridade política das monarquias ocidentais que exigiram o direito divino. Inclusive durante o Iluminismo quando o direito divino dos reis foi desafiado e a tolerância religiosa fosse defendida, John Locke, um advogado firme da tolerância, falou sobre a liberdade negada aos ateus nas terras em que eles minaram e destruíram a religião. Até 1869, não se permitiram ateus na corte inglesa de lei, principalmente como resultado dos esforços de Charles Bradlaugh que durante muito tempo não havia sido permitido tomar seu assento na Csa dos Comuns devido a suas crenças.

A crença do ateísmo parece diretamente proprorcional ao crescimento das ciências e o surgimento do humanismo desde o Renascimento. No século 19 as ciências biológicas pareciam dar explicações teológicas das origens do Universo e a emergência da humanidade desnecessária. Particularmente importante foram os escritos de  David Hume e Immanuel Kant que estabeleceram que a intenção de provar a existência de Deus da ordem mundial era inválido. Na metade do século 19, sistemas humanísticos e de filosofia humanista explícitos apareciam. Ludwig Feuerbach, Karl Marx, Artur Schopenhauer, e Friedrich Nietzsche não só eram ateus mas também críticos militantes de religião, mormente o cristianismo. No século 20 tem havido pensadores ateístas influentes que foram marxistas, existencialistas, freudianos e positivistas lógicos, ainda que alguém pode ser um destes e não ser necessariamente um ateu.

O ateísmo filosófico moderno é baseado em razões teóricas e práticas. Teoricamente, os ateus sustentam que não há um bom argumento para crer na existência de uma deidade pessoal, se esta deidade é concebida antropomorficamente ou metafisicamente e que a declaração que Deus existe é incoerente e sem sentido. O último tipo de crítica lógica do teísmo é característico do positivismo lógico e a filosofia analítica e linguística. Praticamente, alguns ateus tem falado, como fez Nietzsche que a crença em um ser sobrenatural e o ser supremo requer uma desvalorização desta vida; ou, como Freud disse, que a crença é uma expresão de impotência infantil.

Van A. Harvey
Professor de estudos religiosos da Universidade de Stanford, Stanford, Calif.
Tradução de Stephen Adams

Bibliografia: Berman, David, A History of Atheism in Britain (1987); Buckley, Michael J., At the Origins of Modern Atheism (1987); Feuerbach, Ludwig, The Essence of Christianity, trans. by George Eliot (1957); Flew, Anthony, God and Philosophy (1966); Freud, Sigmund, The Future of an Illusion, trans. by James Strachey (1964); Nietzsche, Friedrich, The Gay Science, trans. by Walter Kaufmann (1974); Turner, James, Without God, Without Creed: the Origins of Unbelief in America (1986).

 

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