Cerca de um bilhão de muçulmanos no mundo
encaram a cidade de Meca como "local de divina, angélica,
profética e auspiciosa atividade humana desde o primordial momento
da criação". Segundo o islamismo, é o local em que a
criação começou, onde Abraão construiu a primeira casa de
adoração e para onde levou sua concubina Agar e seu filho, Ismael.
Mais recentemente, provavelmente por volta
de 570, Meca, na Arábia Saudita, foi onde nasceu o profeta Maomé.
De início seus ensinos tiveram pouca aceitação. Meca era um
oásis na rota comercial de caravanas entre a Índia e a Europa, e
seus poderosos mercadores temiam que as reformas religiosas de
Maomé levassem a uma recessão econômica. Não conseguindo
estabelecer uma base ali, o profeta dirigiu-se para Yathrib, que se
tornou conhecida como Al-Madinah (Medina), uma cidade a uns 300
quilômetros a nordeste. Mas em 630, ele retornou a Meca,
capturou-a, e fez dela o centro espiritual do islamismo.
Hoje Meca é uma cidade rica e cosmopolita,
embora apenas muçulmanos possam residir ali. Durante o
Dhu´l-Hijja, o mês sagrado de peregrinação, milhões a visitam
para cumprir seu dever religioso do hajj. Em Meca os
peregrinos visitam a Mesquita Sagrada, onde caminham sete vezes em
volta de um pequeno santuário localizado perto do centro do pátio
descoberto da mesquita.
Esse santuário é a Caaba, uma estrutura em
forma de cubo, normalmente coberta por uma grande cortina de brocado
negro e contendo a sagrada Pedra Negra. Esta pedra, que os
muçulmanos crêem ter sido dada a Adão para o perdão de pecados
ao ser expulso do Éden, era então supostamente branca. Na
tradição muçulmana, a Caaba original foi destruída no Dilúvio
de Noé, mas a Pedra Negra foi preservada e mais tarde dada a
Abraão pelo anjo Gabriel, depois do que Abraão reconstruiu a Caaba
e recolocou a Pedra Negra no seu lugar de direito. É em direção
da Caaba — segundo o islamismo o lugar mais santo da Terra — que
os muçulmanos se voltam em oração cinco vezes por dia.
Existem 24 portões de acesso ao pátio da
Mesquita Sagrada, mas a entrada tradicional para os peregrinos é o
Portão da Paz, localizado no canto norte. Mesmo assim, as coisas
nem sempre são pacíficas durante o hajj. Em 1987,
islâmicos dissidentes tentaram assumir o controle da mesquita. A
ordem logo foi restaurada, mas ao custo de mais de 400 muçulmanos
mortos e uns 650 feridos. Tal óbvia falta de paz no mais santo de
todos os santuários islâmicos é lamentável, mas os muçulmanos
derivam consolo dos ensinamentos islâmicos segundo os quais quem
quer que morra no hajj ganha imediata entrada no céu.