Deve-se
orar a Jesus?
Por:
Emerson H. de Oliveira
Uma das atividades
prediletas das TJ é tentar diminuir a pessoa de Cristo e distorcer a
doutrina da Trindade. Parece que passam boa parte do tempo em sua
literatura fazendo isto e agora não é diferente. A revista A
Sentinela, de 15/12/94, p. 25 traz um artigo com o título
'Deve-se orar a Jesus?'. Vou responder a este artigo. O texto de A
Sentinela está em preto e minhas respostas em azul.
O
que é a oração?
Toda oração é uma forma de
adoração. The World Book Encyclopedia
confirma isso, declarando: "A oração é uma forma de adoração
na qual a pessoa pode expressar devoção e agradecimentos, ou fazer
confissão e súplica a Deus".
Guardem
bem isto o que a revista disse:"Toda oração é uma forma de
adoração". Para mais detalhes veja este artigo.
Pois bem, a questão aqui é At.7.59. Afinal, Estêvão orou ou só
"apelou" a Jesus?
Um ponto digno de mencionar com esta passagem é seu paralelo com Lc. 23:34, 46 que
registra a oração de Jesus ao Pai na cena de crucificação:
"E Jesus exclamou com voz alta e disse: "Pai, às tuas mãos
confio o meu espírito". (Lc. 23:46, TNM, grifo nosso).
Compare:
"E atiravam pedras em Estêvão, enquanto ele fazia
apelo e dizia: "Senhor Jesus, recebe meu espírito". (At. 7:59, TNM, grifo nosso)
e:
"Mas Jesus estava dizendo: "Pai, perdoa-lhes, pois
não sabem o que estão fazendo." Outrossim, para distribuírem
as roupas dele, lançaram sortes" (Lc. 23:34, TNM)
Compare:
"Então, dobrando os joelhos, clamou com forte voz:
"Jeová, não lhes imputes este pecado" (At. 7:60, TNM)
Interessante notar que a NM, numa nota marginal de At. 7.59,
remete ao Sl. 31.5: "À tua mão confio meu espírito. Tu
me remiste, ó Jeová, Deus da verdade". Quer dizer, sua própria
versão leva a implicar que Estêvão estava fazendo uma ORAÇÃO a
Jesus igual ao salmista fez a Jeová!
Jesus disse em certa
ocasião: "Está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de
adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’"
Jesus aderiu à verdade fundamental de que a adoração — portanto,
também as orações — deve ser dirigida somente ao seu Pai,
Jeová Deus.
Claro,
esta é a explicação mais usada pelas TJ para dizer que SÓ o Pai é
adorado e não Jesus. Mas elas deixam de explicar que o Filho também
é adorado (Jo.20.28). Tomé chamou Jesus de Deus (isto é inequívoco
e as TJ armam as mais esdrúxulas explicações para evitar o óbvio).
Lc. 24.52 também é a maior prova de ADORAÇÃO a
Jesus, pois os discípulos ofereceram esta adoração a um Salvador ausente.
Foi depois que Ele os deixou e desapareceu de suas vistas. Foi então
um ato religioso e não uma "homenagem à la Torre". Foi o
primeiro ato religioso que dado a Jesus depois que ele deixou o o mundo.
Se eles adoraram um Salvador ausente — um Salvador não visto pelos
olhos, temos razão para fazer o mesmo. Foi um exemplo que nós podemos e
devemos seguir.
Se a adoração pode ser feita a Jesus, ele é divino. Veja Ex. 20:4,5. E
"o adoraram" (Mt.28.9,17).
O
apóstolo Paulo descreve a grande influência que a posição de Jesus
exerce sobre a oração, como segue: "Por esta mesma razão,
também, Deus o enalteceu a uma posição superior e lhe deu
bondosamente o nome que está acima de todo outro nome, a fim de que,
no nome de Jesus, se dobre todo joelho dos no céu, e dos na terra, e
dos debaixo do chão, e toda língua reconheça abertamente que Jesus
Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai."
Leia Fl.2.10
junto com Is. 45.23, o qual é correspondente. Parece
que aqui temos outro erro de Paulo. Este experiente rabino, treinado
no hebraico original do Velho Testamento (pois os rabinos daquele época
ensinavam em hebraico), mudou o locutor na citação de mim (Jeová)
para Jesus. Seu uso desta passagem monoteísta de Jeová, mostra que
Paulo acreditava que Jesus era Jeová. Ele não poderia ser mais
claro.
[N.: a palavra grega
para dobrar aqui (kampto) significa mesmo
"curvar-se", no sentido de adoração]
Como alguém que
conhecia tanto o hebraico poderia errar assim? Paulo diz que é à glória
do Pai que o Filho obteve "o nome que é sobre todo nome" (notem
a tremenda hipocrisia da STV aí. Não existe a palavra
"outro" antes do nome, no grego). Mas só há um nome acima
de todo (outro) nome, e este só pode ser "Jeová". Nenhum
outro nome tem mais alto valor que ele (versículo 9). Então, é à
glória do Pai que o Filho foi chamado Jeová. Se não é assim, então
seria idolatria para "todo joelho" se curvar "ao nome
de Jesus". O nome de Jesus significa "Jeová Salvador".
Será que as palavras, "no
nome de Jesus, se dobre todo joelho", significam que
devemos orar a ele? Não.
Sim. É
divertido ver as inúmeras peripécias e tentativas de explicações
que as TJ dão para um mesmo caso. Se fosse tão fácil responder, por
que não dar uma só resposta? Acontece que as TJ às vezes, como o
caso de At.7.59, dão VÁRIAS respostas para tentar de toda forma
dizer que não se deve orar (invocar) a Jesus. Sobre Fl. 2.10, devemos
orar a Jesus? Sim. Este verso se remete a Is.45.23 como disse, e Paulo
usou o mesmo texto de Isaías referente a Jeová para Jesus! Veja
também Rm.14.11. Adorar em nome de Jesus é ADORAR a Jesus (Fl.
2:11; Pr. 18:10)
De modo que devemos
fazer nossas orações a Deus por meio de Jesus, e não diretamente ao
próprio Jesus.
Really?
E o que você faz com At.7.59 onde a própria NM admite que Estêvão
OROU (e lembre-se que, para a STV, orar é adorar) e Fl.2.10/Is.45.23.
Estamos num dilema. Jesus é mais honrado que um simples "ser
criado ariano", pois recebe "um nome que é sobre todo
nome". Este argumento é
racionalmente irresistível, mas a Testemunha ainda pode preferir
ficar mais com o "corpo governante" do Brooklyn que com o apóstolo
Paulo. É claro, se ele admitir que a Bíblia diz que Jesus é Jeová
ele terá que admitir que a STV é um falso profeta.
Alguns dirão: ‘Mas,
não relata a Bíblia que tanto o discípulo Estêvão como o
apóstolo João falaram a Jesus no céu?’ Isto é verdade. Esses
eventos, porém, não envolveram orações, visto que tanto Estêvão
como João viram Jesus em visão e falaram a ele diretamente.
A STV
diz que Estêvão não "orou" realmente a Jesus porque ele
estava VENDO Jesus (tendo uma visão) e, portanto, ele não estava
orando, mas falando (!) a Jesus. Esta "explicação" tem uma
falha pois embora Estêvão tem uma visão de Jesus no versículo 56, ele não clama
a Jesus até o versículo 59. Entre ver Jesus no versículo 56 e clamar para Ele
no versículo 59 Estêvão é "levado para fora da cidade" e é apedrejado por uma turba hostil (versículo 58), sugerindo que a visão de Jesus
já tinha passado.
Lembre-se de que
simplesmente falar, mesmo que a Deus, não constitui por si só uma
oração.
A
revista se contradiz pois ao mesmo tempo em que diz que Estêvão
SUPLICOU a Jesus define logo acima "A oração é
uma forma de adoração na qual a pessoa pode expressar devoção e
agradecimentos, ou fazer confissão e súplica a Deus". Se
Estêvão fez uma súplica, então ele orou.
Ela se referia às
palavras de Paulo em 1 Coríntios 1:2, onde ele mencionou
"todos os que em toda a parte estão invocando o nome de
nosso Senhor, Jesus Cristo". Deve-se notar, porém, que na
língua original a palavra "invocar" pode referir-se a
outras coisas, não à oração.
Errado!
Note como a Watchtower faz de tudo para evitar que se ore a Jesus! A
versão siríaco Peshitta inclusive, diz invocar. Comentando
este versículo, Albert Barnes diz:
Invocar
o nome de qualquer pessoa, na linguagem das Escrituras, é invocar a
pessoa em si. Compare com Jo. 3:18. A expressão, "invocar o
nome", epikaloumenois, "invocar o nome", implica adoração e oração; e
prova:
(1.) Que o Senhor Jesus é um objeto de adoração; e
(2.) Que esta era a característica dos cristãos primitivos pelos quais eles eram conhecidos e distintos.
Barnes’
Notes on the New Testament (Notas
Sobre o Novo Testamento, de Barnes), 1974.
Note a
explicação: o versículo prova que Jesus deve ser adorado e que os
cristãos primitivos faziam isto. Bem melhor que a explicação
estapafúrdia da Torre. Agora resta saber se as TJ ficarão com Paulo
ou com a Torre.
É por isso que The
Interpreter’s Bible declara que a frase "invocar
o nome de nosso Senhor . . . significa reconhecê-lo como
Senhor, em vez de orar a ele".
A Torre
não dá nenhuma referência para consulta como página. É incrível:
a Torre se sente à vontade de citar (muitas vezes fora de contexto)
estes comentaristas (muitas vezes trinitaristas) mas quando eu cito
comentaristas que põe uma opinião oposta, então é só
"opinião" dele... e a coitada da TJ fica com a Torre!
Lamentável! Como não temos a citação completa do Interpreter's,
principalmente pelo corte que a revista fez (...) devo responder que
"invocar" não significa só reconhecê-lo como Senhor, mas
como vimos por Barnes, epikaloumenois significa mais do que
isso: é adoração e oração (veja Rm.10.13). A versão etíope
traduz aqui como "Deus, nosso Senhor Jesus Cristo".
Ninguém, exceto Deus, pode ser invocado. Notem
como as TJ tentam diminuir a pessoa de Jesus.
Note
IICo.2.7:
E, para que não me
ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um
espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim
de que não me exalte.
8 Por causa disto,
três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.
9 Então, ele me
disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas,
para que sobre mim repouse o poder de Cristo.
Analise:
-
Paulo
pediu ao SENHOR 3x
-
Embora o Senhor pudesse se referir ao Pai,
notamos que Deus é o termo normal para se referir ao Pai e Senhor é o termo normal
para se referir a Cristo. (Veja Ef. 4:4-6).
-
Este Senhor
a quem Paulo pediu três vezes respondeu: "Meu poder (do Senhor) é aperfeiçoado
na fraqueza" (o Senhor é ainda o Pai ou filho.)
-
A prova irrefutável é o contraste da fraqueza de Paulo com o "poder de Cristo" (que se refere
ao Senhor, a quem Paulo estava orando.)
-
O poder de Cristo
é uma referência direta à declaração: "MEU PODER é aperfeiçoado
na fraqueza".
-
Depois que
Paulo orou ao SENHOR, este mesmo SENHOR disse, "MEU PODER (o poder de Cristo) é aperfeiçoado em sua
fraqueza".
Precisa
dizer mais?
E nós mencionamos
literalmente o nome de Jesus sempre que oramos a Deus por meio dele.
Portanto, embora a Bíblia mostre que podemos invocar o nome de Jesus,
ela não indica que devemos orar a ele. — Efésios 5:20;
Colossenses 3:17.
O
exemplo que eu dei com IICo.2.7 basta para desbaratar esta tese
estapafúrdia. Lc. 24.52 também é a maior prova de ADORAÇÃO a
Jesus, pois os discípulos ofereceram esta adoração a um Salvador ausente.
Foi depois que Ele os deixou e desapareceu de suas vistas.
Não existe nenhum
arranjo de membros da congregação se comunicarem diretamente com
Jesus ou de orarem a ele, mas eles por certo devem — sim, têm
de — orar ao Pai de Jesus, Jeová Deus.
Estevão
orou a Jesus, e não somente por meio dEle. Se isto era aceitável
para ele então deveria ser aceitável para você também. Podemos
orar ao Jesus da Bíblia. Eu oro a Jesus. Você ora? Se sim, muito
bom. Se não, por quê?
Mas, você pode dizer, "Jesus
disse para orarmos ao Pai." Eu sei. Mas eu também oro a Jesus
como Estevão fez. Se é para a igreja orar somente ao Pai então
porque Estevão, debaixo da inspiração do Espírito Santo. dirigiu a
sua oração a Jesus? Ele estava errado? Veja também 1 Co 1:1-2 com
Zc 13:9 onde invocar o nome do Senhor é oração e a oração é
dirigida a Jesus pela igreja de Coríntios.
Nós não rebaixamos a posição de Jesus por não
dirigir orações a ele. Antes, Jesus é honrado quando oramos em seu
nome.
JÁ
fizeram isto ao dizer que Jesus é um ser criado, distorcendo Jo.1.1 e
Cl.1.15. Jesus não é criatura. É DEUS. Ele não foi só o agente da
Criação de Jeová, mas foi a mão de Deus criando tudo.
Deseja fazer orações
aceitáveis? Então dirija-as a Jeová Deus, e faça isso em nome do
Filho dele, Jesus. Conheça a vontade do Pai, e faça com que suas
orações reflitam esse entendimento.
Infelizmente
a Torre faz cair todos os seus membros num erro execrável. Podemos
orar ao Jesus da Bíblia (At 7:59; 1 Co 1:1-2 com Zc 13:9 / Sl 116:4;
Jo 14:14), pode ser adorado (Mt 2:2,11; Mt 14:33; Mt 28:9; Jo 9:35-38;
Hb 1:6), e ser chamado de Senhor Deus (Jo 20:28; Hb 1:8). Se eu tenho
o Jesus errado e, portanto, sirvo ao Deus errado, por que eu oraria a
Jesus, o adoraria ou o chamaria de Deus e Senhor, como as Escrituras
ensinam? Mas, se você tem o verdadeiro Jesus, por que você não faz
estas coisas?
Ensinando um Jesus errado, rebaixado e criado, as Testemunhas caem
naquilo que Jesus disse: "se não crerdes que EU SOU, morrereis
nos vossos pecados" (Jo.8.24)