(N.
do T.: os tradutores da TNM são desconhecidos até para as TJ. Elas
alegam que seus nomes não aparecem na bíblia TNM para "honrar
o nome de Jeová" e que por isso permaneceram no anonimato. Mas
a história é bem diferente. Você confiaria num cirurgião que
fosse fazer uma operação sem que ele lhe mostrasse seu diploma em
medicina? A Bíblia é muito mais responsável. Por isso, saber quem
foram de verdade esses tradutores da misteriosa
"comissão" de tradução da TNM é de vital importância)
A lista seguinte de tradutores do Tradução do Novo Mundo é uma compilação de
várias fontes:
Frederick W. Franz: principal tradutor. Assistiu aulas de artes
liberais na Universidade de Cincinnati; estudou 21 horas semestrais de grego clássico
e um pouco de latim. Completou parcialmente um curso de pesquisa de duas
horas (grifo nosso) de grego bíblico; fez um curso chamado "O Novo
Testamento - um curso de gramática e tradução". Saiu na primavera de 1914 antes de completar
o curso. Autodidata em espanhol, hebraico e aramaico. Entrou para o
quartel-general da Sociedade no Brooklyn em 1920. Provável
escritor-fantasma para J. F. Rutherford (2º presidente da STV) de
1920 a 1942. Vice-presidente de STV de 1942 a 1977, presidente de 1977 até
sua morte em 1992, com 99 anos.
Franz escreveu em sua autobiografia: "À
continuação do meu estudo de latim acrescentei então o estudo do
grego. Que bênção era estudar o grego bíblico com o Professor
Arthur Kinsella! Com o Dr. Joseph Harry, autor de várias obras
gregas, estudei também o grego clássico. Eu sabia que, se quisesse
tornar-me clérigo presbiteriano, teria de dominar o grego bíblico.
De modo que me empenhei furiosamente nisso e consegui as notas para
passar" (Sentinela, 1 de maio de 1987, pág. 24). Franz dá a impressão que
estudou "grego bíblico" com o "professor Kensella" e que
o grego clássico foi secundário com o "dr. Joseph Harry". O
contrário é que é verdadeiro. Como mencionado acima, Franz só
estudou 2 horas de "grego bíblico" mas 21 horas de grego clássico.
Segundo o catálogo de curso de 1911, Arthur Kensella não
foi professor de grego, como Franz escreveu, mas "instrutor
de grego". Kensella não tinha Ph.D. e ensinou cursos básicos.
Nathan H. Knorr: Não tinha treinamento em línguas bíblicas.
Entrou para o quartel-general da Sociedade no Brooklyn em 1923; 3º presidente
da STV de 1942 a 1977. Morreu em 1977, com 72 anos.
Milton G. Henschel: Não tinha treinamento em línguas bíblicas. O secretário
particular de N. H. Knorr de 1940 a 1970s. 4º presidente da STV de 1992 a 2000. Ainda
vivo, tem 80 anos.
Albert D. Schroeder: Não tinha treinamento em línguas bíblicas.
Estudou 3 anos de engenharia mecânica e alguns cursos de idiomas na
faculdade. Saiu em 1932 e logo entrou na sede do Brooklyn. Registrado
na "Escola de Gileade" de 1942 a 1959. Ainda vivo, tem 90 anos.
Karl Klein: Não tinha treinamento em línguas bíblicas.
Entrou para o quartel-general da Sociedade no Brooklyn em 1925;
membro do departamento de Escritura desde 1950. Morreu em 2001 com
96 anos.
George D. Gangas: Não tinha treinamento em línguas bíblicas.
Era um turco que falava um pouco de grego. Entrou para a sede do Brooklyn em 1928 como tradutor grego
do inglês para as modernas publicações gregas. Morreu em 1994
com 98 anos.
Franz era o único homem capaz de fazer trabalho de tradução. Gangas
falava um pouco de grego, sabia pouco de grego Koine e aparentemente ajudou com
várias tarefas de não-tradução incluindo uma revisão da gramática inglesa para continuidade de expressão. De toda a informação publicada pessoalmente sobre ele,
podemos concluir que Knorr era o administrador empresarial da
comissão de tradução. Henschel pode ter trabalhado nos assuntos
legais e secretariais. Schroeder e Klein fizeram as copiosas notas de rodapé
(que incluíram as fontes textuais) e referências cruzadas e notas marginais que nos
seis volumes originais da TNM foram mais numerosos que a da edição
de 1984.
A Comissão da TNM sempre foi extremamente reservada e assim toda informação sobre quem estava
envolvido só foi obtida por vários membros do Corpo Governante que
saíram da sede do Brooklyn e revelaram o que sabiam. Algumas
informações foram publicadas, outras passadas oralmente.
Frederick Franz foi criticado por não ser supostamente perito em
hebraico bíblico. Isto é patentemente falso, já *alguém* teve que ser competente bastante para produzir uma tradução executável, e
certamente não foram os outros homens na Comissão da Tradução do
Novo Mundo. O sobrinho de Franz, Raymond Franz, que resignou do Corpo
Governante das TJ em 1980 e foi excomungado em 1981, listou alguns dos
mebmros da Comissão da TNM em seu livro "Crise de
Consciência". Ele me contou que observou seu tio lendo um
antigo manuscrito hebraico em exibição num museu que não é provável que o
velho Franz tenha feito em particular antes a menos que pudesse realmente
entender o sentido. Mas como o velho Franz foi internanmente chamado
pelas TJ de "oráculo da organização [das Testemunhas de Jeová]" e era claramente seu "maior
teólogo" de 1942 até sua aposentadoria nos anos oitenta,
certamente inseriu seus pontos de vista doutrinários na tradução.
Alguém numa lista de e-mail fez as seguintes perguntas que eu
respondi assim:
"Quantas paráfrases o(s) tradutor(es) da TNM
utilizaram?"
Deixarei a "Introdução" à Bíblia com Referências, de 1984,
responder (pág. 7):
"Não se
apresentam paráfrases das Escrituras. Antes, houve empenho de fazer
a tradução o mais literal possível, tanto quanto permite o
moderno português idiomático e quando a tradução literal não
oculta o sentido pela dificuldade de expressão. Assim se satisfaz o
desejo daqueles que são escrupulosos quanto a obter uma
declaração quase que palavra por palavra do texto original.
Reconhece-se que mesmo uma questão aparentemente tão
insignificante como o uso ou a omissão duma vírgula, ou dum artigo
definido ou indefinido, pode às vezes alterar o sentido correto da
passagem original.
Evitou-se tomar liberdades com os textos
apenas com o fim de ser mais conciso, ou substituí-los por algum
paralelo moderno quando a tradução literal do original tem sentido
claro. Manteve-se a uniformidade de tradução por atribuir um só
sentido a cada palavra principal e por reter este sentido tanto
quanto o contexto permitiu. Isso às vezes impôs limitações à
escolha de palavras, mas ajuda nas remissões e na comparação de
textos relacionados.
Teve-se cuidado especial na tradução dos
verbos hebraicos e gregos, com o objetivo de captar a simplicidade,
o calor, o caráter e o vigor das expressões originais. Houve
esforço de preservar o sabor da antiguidade hebraica e grega, do
modo de pensar das pessoas, da sua maneira de raciocinar e falar, do
seu relacionamento social, etc. Isto impediu que se traduzisse algo
do modo como talvez se pensasse que o orador ou escritor original se
deveria ter expressado. Teve-se assim cuidado para não modernizar
as traduções verbais de tal modo, que alterasse o antigo fundo
histórico a ponto de torná-lo irreconhecível. Isto significa que
o leitor encontrará muitas expressões idiomáticas hebraicas e
gregas. Em muitos casos, as notas ao pé das páginas mostram o
sentido literal de certas expressões".
Próxima pergunta:
"Outro ponto que deve ser mencionado é que para avaliar as
habilidades dos tradutores ou de uma tradução é entender as pressuposições dos tradutores".
Você está absolutamente certo em dizer que "todo tradutor traduz com pressuposições". Você pode ter notado
as observações do Dr. /Mr. Swift que Franz ‘admitiu livremente
suas pressuposições'. Estas pressuposições eram conceitos
doutrinários pré-determinados pela Torre de Vigia que inclusive
tiveram a participação de Franz em sua criação. Alguns destes
foram claramente enunciados no material introdutório em volumes específicos.
O espaço para discutirmos isso aqui é muito grande mas é
possível termos uma idéia entendendo as doutrinas básicas
pregadas pela Sociedade Torre de Vigia quando a TNM foi
originalmente produzida, desde os anos 40 até os anos 50. Estes incluem as noções que a Bíblia está absolutamente inspirada e
inerrante, que Cristo retornou invisível em 1914 (conseqüentemente, a preocupação com
"parousia"), que um grupo especial dos líderes das Testemunha de Jeová
são os "porta-vozes" exclusivos de Deus para toda a
humanidade, que a Bíblia não ensina a Trindade, e assim sucessivamente. Como
"maior teólogo" e vice-presidente da Sociedade Torre de Vigia, Franz
teve que assegurar que seu trabalho fosse consistente com a doutrina existente, da mesma maneira que qualquer grupo de tradutores
é pedido por aqueles que os empregam que sigam os preceitos do grupo.
Divergir desses parâmetros causa a demissão do tradutor.
Próximo comentário:
"Saber o nome dos tradutores torna possível para os estudiosos
avaliarem o trabalho de tradução e descobrir os pressupostos dos
tradutores"
Frederick Franz escreveu ou contribuiu com a maioria das doutrinas
criadas pela STV, desde 1920 até 1970. Ele também escreveu ou contribuiu
com incontáveis artigos que aparecem na revista "Sentinela".
Depois que descobrimos seu estilo de escrita, não é difícil ver quais publicações
ele escreveu ou contribuiu. É claro que isto não é fácil de se
fazer para as pessoas fora da organização das Testemunha do Jeová, e a tarefa de leitura
deles é muito grande, por isso não sei o que lhe falar.